Parece brincadeira? Talvez seja! Mas é também uma verdadeira afirmação de que na arte moderna, tudo pode ser considerado expressão – até o que, à primeira vista, poderia ser apenas uma casualidade biológica.
O conceito por trás desta “obra-prima” é simples, quase filosófico: "se algo é essencial para a nossa existência, por que não pode ser considerado arte?" E se a casca de banana se tornou a metáfora do desperdício e do consumo desenfreado, a Cagalhónica vai mais longe. Ela representa a degradação (completa e literal) da sociedade consumista e o apelo a uma reflexão mais profunda sobre os limites da arte... ou a falta deles.
O truque está no uso da fita adesiva – essa ferramenta tão útil e humilde que se transforma, aqui, em um elo entre o cagalhão e o mundo das grandes exposições. Já não se trata do que está na peça, mas sim sobre o que ela nos faz pensar: "Agora qualquer merda é considerada arte".
E enquanto muitos continuam a discutir se é ou não uma afronta ao bom gosto, o verdadeiro valor desta obra é inegável: ela desafia a nossa compreensão de arte e faz-nos questionar se, afinal, aquilo que nos repugna pode, de fato, ser elevado a algo digno de admiração (ou pelo menos de uma boa gargalhada).
Se pensas que a arte está no pincel ou nas mãos do escultor, talvez esteja na hora de abrires um pouco mais a mente. Afinal, num mundo onde até o mais banal pode ser transformado em ícone, quem sabe o que vem a seguir?
Começa a estar atento, aquilo que tu vês no chão, pode custar milhões de biliões de quatriliões de euros, basta levar com um pedaço de fita adesiva em cima e... pumba, já é arte.