U.Porto Domina Bolsas de Investigação da Liga Portuguesa Contra o Cancro

Press Release: Das 15 bolsas de investigação científica em oncologia atribuídas este ano pela LPCC-NRN, sete irão apoiar projetos em curso no i3S e na FMUP.

A Universidade do Porto conquistou sete das 15 bolsas de investigação científica em oncologia atribuídas este ano pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN). Seis foram para investigadoras do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) e uma para a Faculdade de medicina da Universidade do Porto (FMUP). Este financiamento permitirá às jovens cientistas desenvolverem o seu trabalho pelo período de um ano.

Na categoria de «Bolsas Avançadas de Investigação 2025», atribuídas a cinco cientistas doutorados/as, foi distinguida a investigadora Isabel Pereira-Castro, com o projeto «SMOKE-RNA», que tem como objetivo “investigar três assinaturas de mRNA presentes em cancros associados ao tabagismo (pulmão, cabeça e pescoço e bexiga), visando preencher a lacuna de biomarcadores específicos para estes tipos de cancro”.

Neste projeto, que resulta de uma colaboração do grupo «Gene Regulation» do i3S, que Isabel Pereira-Castro integra, com o grupo do IPO «Experimental Pathology & Therapeutics» do IPO, “vamos estudar a função fisiológica dessas assinaturas de mRNA e determinar a sua relevância clínica”. O objetivo, explica a investigadora, “é identificar potenciais biomarcadores que possam ser usados no diagnóstico, prognóstico e previsão de resposta ao tratamento em doentes com cancros provocados pelo fumo do tabaco”.

No caso das «Bolsas de Iniciação à Investigação», no valor de 14.400 euros e destinadas a investigadores mestres, foram distinguidos projetos nas áreas do cancro colorretal (i3S), rim (i3S), mama (i3S), pâncreas (i3S), metástases cerebrais (i3S) e endométrio (FMUP).

A investigação de Ana Luísa Machado, do grupo do i3S «Tumour and Microenvironment Interactions», centra-se no cancro colorretal e na comunicação de longa distância que os tumores do colon e do reto estabelecem com o sistema hematopoiético (orgãos responsáveis pela produção de células imunes). Esta comunicação, explica a estudante do Programa Doutoral em Biomedicina da FMUP, “causa alterações significativas que podem comprometer a resposta imunológica do organismo ao cancro. Este estudo, adianta a investigadora, “pretende explorar esse mecanismo para compreender as reais consequências na formação e na progressão dos tumores”.

Também a desenvolver investigação no grupo «Tumour and Microenvironment Interactions» do i3S, Andreia Matos vai “explorar a relação entre a obesidade e o cancro renal, com especial foco na interação entre os adipócitos à volta do rim, as células do tumor e as células imunes. Consideramos que a compreensão destes mecanismos contribuirá para aprofundar o nosso conhecimento sobre a progressão do cancro renal”, projeta a também estudante do Programa Doutoral em Ciências Biomédicas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

Focado no cancro da mama inflamatório, um dos cancros da mama invasivos mais agressivos e fatais, o projeto de Maria Miguel Castro tem como alvo a principal característica deste tipo de neoplasia: a presença de êmbolos tumorais nos vasos sanguíneos numa fase precoce da doença, que contribuem para a sua elevada capacidade de metastização.

Estes êmbolos tumorais, explica a investigadora do grupo «Cancer Metastasis» do i3S e doutoranda em Biomedicina na FMIP, “apresentam sobre-expressão de proteínas que estão associadas a mau prognóstico em doentes com cancro da mama e a resistência a radio e quimioterapia”. No entanto, continua, “a supressão destas proteínas não é suficiente para levar à morte destas células tumorais”. Recentemente, a equipa demonstrou que um outro mecanismo molecular pode justificar a elevada resistência à morte depois da adesão celular ser inibida. Desta forma, o objetivo deste projeto é “estudar se a combinação da inibição da adesão celular e deste mecanismo pode representar uma nova estratégia terapêutica para esta doença”, projeta a investigadora.

O desafio de Marta Duque, do grupo do i3S «Vertebrate Development and Regeneration», é estudar o adenocarcinoma ductal pancreático, o principal tipo de cancro do pâncreas e um dos mais letais em humanos. “Queremos compreender como certas alterações no DNA, que não afetam diretamente os genes, mudam o funcionamento das células do pâncreas e aumentam o risco de desenvolver este tipo de cancro”, esclarece a investigadora e estudante do Programa Doutoral em Biologia Molecular e Celular do ICBAS.

Rita Carvalho, doutoranda em Ciências Biomédicas do ICBAS, atualmente integrada no grupo «Cancer Metastasis» do i3S, vai centrar-se no processo de metastização cerebral no cancro da mama, um dos maiores desafios no tratamento deste tipo de neoplasia devido às opções terapêuticas limitadas e ao prognóstico desfavorável. Este projeto, explica, “foca-se no VGF, uma proteína secretada pelas células tumorais da mama, que desempenha um papel crucial no processo de metastização cerebral. O objetivo é investigar se podemos atuar sobre os recetores desta proteína e desenvolver novas terapias mais eficazes”.

Nota ainda para a bolsa atribuída a Ana Beatriz Lobo de Almeida, investigadora da FMUP. Um ano depois de ter sido distinguida pela LPCC-NRN com um projeto sobre o cancro testicular, a antiga estudante e investigadora do ICBAS vê agora destacado o seu «METFOR_ENDO Project: Could Metformin prevent Endometrial Cancer in Women with Endometriosis? Uncovering Shared Molecular Mechanisms”», focado no estudo do cancro do endométrio em mulheres com endometriose.

Na FMUP desde janeiro deste ano, como “Research Fellow”, a jovem cientista assume-se como uma “investigadora motivada pela curiosidade em relação ao mundo fascinante da ciência e da saúde”. Considera-se também uma “sonhadora” e uma “criativa” que trabalha “incessantemente para encontrar respostas”. Tem-se dedicado especialmente à área da Oncofertilidade e Medicina Reprodutiva.

Sobre as Bolsas de Investigação em Oncologia LPCC-NRN

As Bolsas de Investigação em Oncologia da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN) visam apoiar projetos inovadores na área da oncologia, contribuindo para o avanço científico e melhoria dos cuidados oncológicos.

A LPCC-NRN reafirma, com estas bolsas, o seu compromisso em promover a investigação científica de excelência em Portugal, impulsionando avanços significativos no combate ao cancro.

Mais informação aqui.