Os Perigos do Mundo Online: O Que os Pais Devem Saber Sobre os Riscos dos Videojogos

Imagem: Jonathan Borba na Pexels.

A internet transformou a forma como comunicamos, trabalhamos e nos divertimos. Para crianças e adolescentes, os videojogos online são uma das principais formas de entretenimento, proporcionando experiências imersivas e interactivas. No entanto, esta conectividade global traz consigo sérios perigos, incluindo a exposição a predadores sexuais, cyberbullying, conteúdos impróprios e exploração financeira.

Neste artigo, analisamos os riscos mais comuns e como os pais podem proteger os seus filhos no ambiente digital.

1. Predadores e Aliciamento Sexual Online

Uma das maiores ameaças nos jogos online é a presença de predadores sexuais, que utilizam estas plataformas para se aproximarem de menores. Estes criminosos aproveitam o anonimato dos jogos multijogador para ganhar a confiança das crianças, muitas vezes fingindo ser jogadores da mesma idade.

Os predadores podem tentar criar laços emocionais com as crianças, oferecendo presentes digitais ou tornando-se “amigos próximos” dentro do jogo. O objectivo é, frequentemente, convencer a criança a partilhar informações pessoais, fotografias ou vídeos, que podem ser usados para chantagem ou abuso.

Como prevenir:

  • Monitorizar as interacções online dos seus filhos e restringir conversas privadas com desconhecidos.
  • Utilizar controlos parentais para limitar a comunicação dentro dos jogos.
  • Explicar às crianças os perigos de partilhar informações pessoais, mesmo que pensem estar a falar com outros jovens.

2. Cyberbullying e Assédio Online

O cyberbullying é um problema crescente nos videojogos online, onde insultos, ameaças e humilhações são feitos de forma anónima. Muitas crianças sofrem assédio por parte de outros jogadores, o que pode levar a ansiedade, depressão e isolamento social.

Além disso, algumas comunidades de jogos incentivam um ambiente tóxico, onde insultos e comportamentos agressivos são normalizados.

Como prevenir:

  • Ensinar os filhos a não responder a provocações e a denunciar comportamentos abusivos dentro do jogo.
  • Incentivar um diálogo aberto para que as crianças se sintam à vontade para contar aos pais se forem vítimas de cyberbullying.
  • Utilizar definições de privacidade para bloquear jogadores problemáticos.

3. Conteúdo Impróprio e Exposição a Violência ou Drogas

Muitos jogos incluem violência explícita, linguagem ofensiva ou referências a drogas e álcool. Algumas plataformas têm filtros de idade, mas estes são facilmente contornáveis pelas crianças.

Além disso, a comunicação com jogadores mais velhos pode expor os menores a piadas sexuais, linguagem obscena ou desafios perigosos.

Como prevenir:

  • Escolher jogos adequados à idade da criança, verificando as classificações etárias (PEGI ou ESRB).
  • Activar controlos parentais para bloquear conteúdos impróprios.
  • Falar com os filhos sobre os conteúdos que consomem e garantir que compreendem a diferença entre a ficção dos jogos e a realidade.

4. Manipulação Financeira e Gastos Excessivos

Muitos jogos incluem microtransacções, onde os jogadores podem gastar dinheiro real em itens digitais, como skins, armas ou personagens. Algumas crianças acabam por gastar quantias elevadas sem perceberem o impacto financeiro.

Há também esquemas fraudulentos, onde jogadores mal-intencionados prometem “hacks” ou vantagens em troca de dinheiro ou informações pessoais.

Como prevenir:

  • Desactivar a opção de compras dentro dos jogos ou definir permissões para compras online.
  • Ensinar às crianças o valor do dinheiro e a importância de não gastar sem supervisão.
  • Utilizar cartões pré-pagos em vez de associar cartões de crédito às contas de jogo.

5. Dependência e Impacto Psicológico

O vício em videojogos é um problema crescente, levando a dificuldades escolares, isolamento social e distúrbios do sono. Muitas crianças passam horas excessivas em frente ao ecrã, prejudicando a sua saúde mental e bem-estar.

Como prevenir:

  • Estabelecer horários para jogar e incentivar actividades ao ar livre.
  • Criar um equilíbrio entre videojogos e outras actividades recreativas.
  • Observar sinais de dependência, como mudanças de humor, irritabilidade extrema quando não podem jogar ou negligência das responsabilidades.

Como Proteger os Seus Filhos no Mundo Online?

  1. Manter um diálogo aberto – As crianças devem sentir-se seguras para falar sobre as suas experiências online sem medo de represálias.
  2. Monitorizar a actividade online – Usar controlos parentais e acompanhar os jogos que os filhos jogam.
  3. Ensinar sobre privacidade – Explicar que nunca devem partilhar dados pessoais, fotografias ou localização com estranhos.
  4. Definir limites de tempo de ecrã – Criar regras sobre o tempo permitido para jogar diariamente.
  5. Criar contas familiares – Sempre que possível, utilizar contas familiares que permitam supervisão directa das actividades online.

A internet e os videojogos podem ser espaços seguros e divertidos, desde que utilizados com precaução. O papel dos pais é essencial para garantir que as crianças desfrutam destas experiências sem se exporem a riscos desnecessários.