Equipa do i3S Revela Como “Interruptor Epigenético” Controla o Envelhecimento

Press Release: Descoberta de mecanismo que explica o silenciamento do chamado «gene da juventude» abre portas para novas terapias anti-envelhecimento.

Uma equipa de investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) descobriu um novo mecanismo que explica o silenciamento do chamado «gene da juventude», o FOXM1, à medida que envelhecemos, e como esse silenciamento perturba regiões reguladoras de genes em todo o genoma, conduzindo ao envelhecimento celular. Este trabalho, recentemente publicado na revista Nature Communications, abre portas para novas terapias anti-envelhecimento.

A equipa começou por analisar as características epigenéticas do genoma de células da derme de indivíduos de várias idades, desde recém-nascidos até octogenários. Ao contrário das alterações genéticas (mutações), as alterações epigenéticas são reversíveis, influenciadas por hábitos de vida ou fatores ambientais, mas desempenham um papel fundamental na regulação da atividade dos genes. A partir desse primeiro estudo, os cientistas descobriram alterações epigenéticas em regiões reguladoras do genoma que explicam por que existem diferentes genes ativos em idades jovens e em idades avançadas.

À medida que envelhecemos, adianta Fábio Ferreira, primeiro autor do artigo, “há regiões que vão perdendo atividade, e outras que se vão ativando e que são exclusivas das pessoas mais velhas. Concluímos que estas alterações ocorrem progressivamente com o envelhecimento e explicam a diminuição da atividade de genes como o FOXM1, que são essenciais para o normal funcionamento das nossas células e órgãos”.

Na sequência desta análise, explica José Bessa, líder do grupo de investigação do i3S «Vertebrate Development and Regeneration», impulsionado pela Fundação «la Caixa», que cocoordenou este trabalho, “conseguimos desvendar uma nova região reguladora do genoma (a C10-P2) que desempenha um papel central no envelhecimento das células”. Com a idade, acrescenta o investigadora “esta região vai-se fechando e perdendo atividade, levando à desativação coordenada de genes que são essenciais para a manutenção das funções celulares”.

Segundo Elsa Logarinho, líder do grupo «Aging and Aneuploidy» e também cocoordenadora do artigo, o trabalho agora revelado mostrou também que “o FOXM1 é um dos principais genes afetado pelo «encerramento» desta região reguladora, e que o seu silenciamento conduz à ativação do processo de senescência celular”.

A investigadora revela ainda que, “ao introduzirem uma cópia extra do gene FOXM1 em células envelhecidas, conseguiram rejuvenescer as características epigenéticas do nosso genoma, desativando genes associados à inflamação e senescência, e reativando genes que tinham sido reprimidos com o envelhecimento”.

A descoberta desta região reguladora alterada durante o envelhecimento, sublinha Fábio Ferreira, “representa um novo alvo terapêutico para reverter ou retardar o envelhecimento celular e combater as doenças associadas”.

Foto: i3S.

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